quinta-feira, 16 de abril de 2009

A casa de Bernarda Alba

Federico Garcia Lorca

Federico Garcia Lorca — um dos maiores nomes da literatura espanhola deste século-- nasceu em Fuentevaqueros (Granada), em 1899, para vir a morrer, em 1936, fuzilado em Granada pela Guarda Civil franquista, durante a Guerra Civil Espanhola.
Depois de uma infância vivida no campo, frequentou o Colégio de Almeria e as Faculdades de Direito e de Letras em Granada. Estreou-se na literatura em 1918, com o livro Impresiones y Paisajes, em que relata as suas impressões de uma viagem por Castela. Mas foi o teatro a sua grande paixão, a ele e à poesia devendo o lugar que conquistou no mundo das letras. Em 1919 fixa-se em Madrid e, trabalhando com Dali e Buñuel, publica uma primeira peça, El Malefício de Ia Mariposa (1920), que passa despercebida. Já no ano seguinte, porém, o seu Libro de Poemas o torna conhecido, e em 1927 a celebridade vem ao seu encontro com a publicação da peça Marian Pineda.
Autor e actor, a partir de 1931 Lorca dedica-se quase exclusivamente ao teatro dirigindo a Barrraca, companhia universitária ambulante que percorre Espanha representando os grandes clássicos do seu teatro. Entretanto, continua a escrever peças de teatro, entre as quais La Zapatera Prodigiosa (l930), Amor de Perlimplin con Belisa en su Jardín (1931) e Dona Rosita Ia Soltera (l935). A consagração definitiva como autor advém-lhe com a trilogia Bodas de Sangre (1933), Yerma (1934) e La Casa de Bernarda Alba {l 936), que ora apresentamos. Trata-se de uma tragédia, severa e simples, como a qualificou o próprio Lorca: a tragédia das mulheres, das aldeias espanholas, acorrentadas a preconceitos e mitos que um convencionalismo social, tão cruel como vazio de valores, defende a todo o transe, mesmo à custa do esmagamento da pessoa. É o que efectivamente acontece aqui, nesta peça trágica, impregnada simultaneamente pelo lirismo característico de Lorca e pelo sopro fatalista que o poeta bebeu na Andaluzia da sua infância.

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