terça-feira, 14 de abril de 2009

Esteiros

Soeiro Pereira Gomes

Joaquim Soeiro Pereira Gomes nasceu, em 1910, em Gestaçô, distrito do Porto.
Tirou o curso de regente agrícola em Coimbra e partiu para África nos fins da década de 1930.
Trabalhou durante algum tempo na Companhia do Catumbela, mas, descontente com as condições de trabalho naquela província, regressou à metrópole em 1931.
Casou-se nesse ano com a compositora Manuela Câncio Reis.
Aos 22 anos fixou-se em como empregado de escritório, na Fábrica de Cimentos Tejo. Foi, naquela vila, um dos grandes impulsionadores do movimento cultural entre a população operária, organizando e dirigindo cursos de ginástica, colaborando na montagem de bibliotecas particulares, realizando conferências sobre temas culturais e desportivos e contribuindo largamente para a construção duma piscina popular, em cuja obra trabalhou como operário.
Iniciou a sua carreira de escritor em 1935, mas só em 1939 apareceram as suas primeiras crónicas nas páginas de O Diabo, semanário de grande prestígio na época, e em 1940 escreveu Esteiros, publicado em Novembro de 1941.
Sabe-se que em 1944 terminou a redacção de Engrenagem, tendo os últimos seis anos da sua vida sido repletos de percalços e de incertezas. Faleceu em 7 de Dezembro de 1949, em condições dramáticas, vitimado por uma doença incurável.
As obras de Soeiro Pereira Gomes estão reunidas no volume “ Obras Completas”. Esteiros, o ultimo romance publicado em vida do autor, é um daqueles livros que bastam para consagrar um escritor.
É que este romance dos “filhos dos homens que nunca foram meninos”, esta história dos rapazitos miseráveis dos esteiros do Tejo, è, antes de mais, uma obra que Pereira Gomes escreveu com amor.
Não foi por acaso que o editor a escolheu para iniciar uma nova colecção que se pretende seja lida por todos e onde se procurará reunir obras de interesse universal.

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