sexta-feira, 13 de março de 2009

A mulher destruída

Simone de Beauvoir

O nome de Simone de Beauvoir liga-se, directamente, aos grandes movimentos de reivindicação social que se preparam durante a guerra de 1939-45 e explodem depois do armistício. É a companheira de Sartre e de Camus, durante os anos da resistência anti-nazi, a grande escritora do existencialismo e da denúncia de uma moral burguesa ultrapassada e, sobretudo, o arauto da corrente feminista, que exige, para a mulher, um outro estatuto, assente na liberdade e na igualdade. De facto, os seus apaixonantes livros de memórias e os seus lucidíssimos romances chamam as atenções gerais para uma forma velada de escravatura ético-social a que mulher dos nossos tempos ainda se encontra sujeita, quer no plano do sexo quer no plano do trabalho. No plano do sexo, é encarada como mero objecto de prazer e, no plano de trabalho, sofre os efeitos de uma espécie de segregação, que menospreza a sua capacidade produtiva. Mas, haverá um novo papel a representar, pela mulher, no mundo moderno? Deixará a mulher a categoria de objecto para atingir aquela que lhe cabe, de pessoa? Poderá a mulher conquistar um lugar ao sol na sociedade do futuro? Estas, algumas das perguntas formuladas por Simone de Beauvoir na obra que agora lhe oferecemos,«A Mulher Destruída». A Mulher Destruída, porquê? Para muitas leitoras, o livro de Simone de Beauvoir será uma espécie de espelho, onde poderão reconhecer os traços dolorosos da própria frustração. E, para muitos leitores, o remorso, a tomada de consciência de um machismo cruel, egoísta e obsoleto.

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