quinta-feira, 12 de março de 2009

O americano tranquilo

Graham Greene

Sentada no chão, uma mulher amparava no colo os restos do seu filho: por uma espécie de modéstia, cobria-o com o seu chapéu de palha de camponesa. Estava imóvel e silenciosa, e o que mais me impressionou foi o silêncio da praça. Lembrava uma igreja que eu visitara durante a missa; os únicos ruídos eram os do dizer da missa e de alguns europeus que aqui e além choravam e imploravam e ficavam novamente silenciosos, como que envergonhados pela modéstia, paciência e o decoro do Oriente. Um torso sem pernas à beira do jardim continuava a contorcer--se como uma galinha de cabeça cortada.

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