Erico Veríssimo completou, há pouco, quarenta anos de actividade literária. Hoje, temos de considerá-lo um dos escritores maiores da língua portuguesa. Os seus romances extraordinários, as suas histórias maravilhosas, em que a poesia dá o braço a um realismo desassombrado, impuseram-no. O que se lhe deve, já? Sobretudo, o retraio admirável de um Brasil, na multiplicidade dos contrastes: a alegria e a melancolia, a violência e a doçura. Eriço Veríssimo soube descer à intimidade das figuras que animou, em páginas inesquecíveis: Clarissa - a heroína do romance com o mesmo nome -, por exemplo ... Soube fixar, para sempre, ambientes citadinos, conflitos subtis de sentimentos. Mas a verdade é que o interior do seu país também lhe não escapou. Testemunha-o «Um Certo Capitão Rodrigo». Visita inesperada para aqueles que se habituaram a um Eriço Veríssimo urbano, visita inesperada para os habitantes de Santa Fé. «Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o capitão Rodrigo Cambará entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida, e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas...» E tudo mudou.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário